quarta-feira, 12 de maio de 2010

Um pouco mais de inocência, por favor.

Não tenho vivido em um momento muito racional não, apesar da razão ser indispensável nele. Bom, o que eu quero dizer com essa frase altamente imbecil e insignificante é que hoje não vou escrever nada sensato, vou deixar aqui uma poesia que escrevi, apenas isso. Sei perfeitamente que meus sentimentos mais escondidos não interessam a ninguém, mas acho que em um mundo tão complexo ainda é necessário palavras sempre.


Querido, luz de minha madrugada
Um dia, quem sabe, uma poesia possa se amadurecer e se tornar viva dentro das coisas
Amo você até quando o tempo envelhecer e fundar uma dinastia com brasão e aparato militar
Não me diga nunca para parar, pois quando eu parar, eu me sento nessa pedra e não me levanto nunca mais
Estar com você é viver num outono sem fim
É sair pelo centro de São Paulo de mochila e se deliciar sem pudores com o açúcar e com o sal
Olhe-me aqui novamente amado
Debruçada sobre o seu corpo como os antigos mineiros nas minas de Ouro Preto
Eles catavam ouro, eu cato sabores tanto nas suas regiões mais públicas quanto nas mais abissais

Você é para os vivos, amado
Com você eu desprezo os medos, vivo sem ansiedade, alimentada e esguia... bronzeada e sadia
alegre qual o bendito escritor que se casa com seus romances por décadas a fio

É importante nesse tempo de descrença e de tantos automóveis nas ruas ter alguém para chamarmos de "bem-amado"... você é esse alguém... estou rica!

Cíntia.

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